Beleza natural em alta: o fim da era da harmonização facial exagerada

A verdadeira beleza está em rostos reais, possíveis e não padronizados.

Vivemos, nos últimos anos, o auge da chamada harmonização facial. Uma onda estética que tomou conta das clínicas, especialmente entre os mais jovens, prometendo transformações marcantes com preenchimentos, contornos e volumes. No entanto, o que começou como uma proposta de realce da beleza individual, em muitos casos, se perdeu em exageros.

Chegaram os rostos inchados, desproporcionais, com maçãs do rosto alargadas, olhos fechados pela compressão do excesso de produto, lábios tão volumosos que dificultam a fala, e mandíbulas que fogem completamente da anatomia natural. A busca pelo “perfeito” passou a criar rostos irreconhecíveis. Hoje, vejo no consultório pessoas que desejam justamente o contrário: reverter o que foi feito.

Estamos vivendo a era da desarmonização facial. Um momento em que os próprios pacientes reconhecem os excessos e procuram caminhos para voltar à sua versão original, mais leve e natural. E isso é positivo. A naturalidade, que agora voltou aos holofotes, na verdade nunca deixou de ser desejada.

A estética médica é uma arte. Exige conhecimento técnico, sim, mas também sensibilidade. A face humana tem proporções e distâncias que precisam ser respeitadas, tanto em homens quanto em mulheres. Quando esses limites são ultrapassados, o resultado deixa de ser bonito e se torna estranho. A estética precisa dialogar com a anatomia e com a história daquele rosto.

Felizmente, cresce a procura por procedimentos mais sutis. Bioestimuladores de colágeno e tratamentos com laser, por exemplo, embelezam sem transformar radicalmente. Valorizam o que já é bonito e corrigem o que incomoda, sem apagar a identidade da pessoa.

É sempre bom lembrar: cada rosto carrega uma história, uma identidade. Negros, brancos, jovens, idosos. Todos têm características próprias que devem ser respeitadas e valorizadas. Essa é, para mim, a verdadeira beleza. Aquela que vive nos rostos reais, possíveis e únicos.