“O Mundo pelas Lentes de um Copo”
Olá, minha gente que bebe! Caros amantes do bom beber (e dos maus também, porque às vezes vêm junto).
Se tem uma coisa que aprendi depois de colocar meu nariz em mais de 5.000 copos pelo mundo afora, é que bebida boa conta história. E eu, meus amigos, sou a tradutora dessas histórias — aquela que transforma notas técnicas em sensações que qualquer mortal pode entender.
Lembro como se fosse hoje meu primeiro dia como jurada especialista em destilados no Concours Mondial de Bruxelles. Lá estava eu, a única brasileira num mar de europeus de paletó e narizes preparados, diante de centenas de amostras de cognac, baijiu, whisky… e uma insegurança natural. As análises exigiam descrição sensorial, e fui elogiada pela minha análise sensibilidade pelo presidente da mesa.
Foi assim que aceitei que é sobre enxergar o invisível nos copos alheios.
Na Bahia, levei esse talento a outro nível. “Tem bebida que tem gosto de raiva.” Aprendi, então, que o álcool carrega emoção — e que eu sou, penso, posso ser, meio psicóloga de alambique.
Mas meu trabalho vai além de diagnosticar sentimentos etílicos.
Na série Bendita Marvada, mostrei, em minha consultoria, como a cachaça costura o Brasil. Em Cognac, enquanto estudava para o WSET, ensinei a franceses que nossa cachaça tem muito mais camadas e possibilidades do que eles jamais imaginaram. E em Paris, Lisboa e Vêneto, apresentei produtos únicos de frutas brasileiras numa mesa com chefs e especialistas estrelados.
A boa boca tem bons ouvidos prontos para aprender.
Desde degustação, análise, até harmonização e tendências: é sobre beber conhecimento sem frescura. O que iremos falar por aqui:
“Farejadora de Bebidas”
Como identificar uma boa bebida pelo cheiro (e como fugir das ciladas). Todas as alegrias (uma cachaça que vale ouro) e tristezas (quando o drink bonito é só fotogênico) do meu trabalho.
“A Anatomia do Gosto”
Por que alguns drinks até mais alcoólicos são mais elegantes — e outros machucam como desilusão amorosa.
“Vidente de Copos”
Minhas previsões para 2025. Tendências em estado líquido: o que realmente vale a pe
“Boteco ou Bar Chique? Eis a Questão”
O que um bar precisa oferecer para ser memorável.
Isadora Fornari
Reconhecida como uma das principais vozes globais em bebidas e destilados brasileiros, Isadinha eleva a cultura líquida do Brasil ao cenário internacional com notoriedade singular através da educação sensorial. Primeira e única brasileira a integrar o júri do Concours Mondial de Bruxelles, ela é precursora e atua como curadora de eventos do Mesa Bar Ao Vivo, colunista da Prazeres da Mesa e consultora de projetos como a série Bendita Marvada.
