
Dia do Amigo: amizade genuína, networking ou puxa-saquismo?
Hoje, Dia do Amigo e Dia Internacional da Amizade, se tem uma coisa que merece nossa atenção neste mundo cada vez mais egoísta e competitivo é: quem você está chamando de amigo?
Amizade de verdade anda em falta. Está virando artigo raro, quase de luxo. Algumas pessoas adotaram o lema: “farinha pouca, meu pirão primeiro”, e com isso, a solidariedade, o companheirismo, a confiança e a lealdade foram ficando pelo caminho. O que deveria ser natural, torcer pelo outro, vibrar junto, estender a mão, virou exceção numa sociedade que transformou relacionamentos em competição.
Você já reparou que tem gente que só aparece ou manda mensagem (ninguém liga mais) quando precisa? Isso não é amizade. É networking malfeito. Relação de conveniência disfarçada de afeto. E não para por aí. Tem também os que fazem questão de agradar exageradamente, puxar o saco mesmo, como se estivessem num concurso de bajulação-esses são os puxa-sacos profissionais. E isso, definitivamente, também não é amizade.
Amizade genuína é sobre presença, é sobre respeitar seus momentos, seu tempo e suas dores. É sobre se importar de verdade, sem pedir nada em troca. É lembrar de você mesmo quando não precisa de nada. É não ficar jogando na cara o que já fez, porque na amizade real, ajuda não é moeda de troca. A reciprocidade vem porque há vínculo, não cálculo. É torcer pelo seu sucesso como se fosse próprio, sem uma gota de inveja na alma.
Networking saudável é outra coisa: é criar conexões reais, manter contato, respeitando seu tempo. É sobre construir uma rede, não explorar pessoas. É quando você conecta pessoas porque genuinamente acredita que elas podem se ajudar, não porque vai ganhar algo com isso.
E o puxa-saquismo? Esse nem precisa de explicação: tem cheiro de falsidade, de interesse. É raso e rasteiro. Cansativo. E no fundo, todo mundo percebe. São pessoas que transformaram elogio em estratégia e sinceridade em performance.
Para comemorar o Dia do Amigo, faça um exercício: pense em quem está com você nos dias bons e ruins. Quem torce genuinamente pelas suas conquistas. Quem fala a verdade mesmo quando ela dói. Quem vibra sem inveja e acolhe sem julgamento. Quem “abre portas” para você conseguir novas oportunidades. Quem te indica para um trabalho.
Sinceramente, eu não sou o Roberto Carlos e não quero ter um milhão de amigos. Quero ter os melhores. Os leais. Os que não competem de forma traiçoeira, não manipulam, mas caminham junto comigo. Amigo de verdade não quer brilhar sozinho, ele vibra quando você também brilha.
Talvez o Dia do Amigo devesse ser menos sobre celebrar e mais sobre refletir. Quantos dos seus “amigos” você realmente conhece? Quantos realmente te conhecem? Vivemos a era dos relacionamentos superficiais, onde sabemos mais sobre a vida dos outros pelas aparências do que pelas conversas profundas, porque o profundo exige vulnerabilidade e autenticidade.
Neste Dia do Amigo, que tal você parar de buscar quantidade e começar a cultivar vínculos? Que tal trocar a superficialidade pela qualidade?
Feliz Dia do AMIGO!
Imagem: Freepik

Um comentário
Sandra Lima
Que texto expressivo!!!
Como tudo que Tereza Carvalho escreve rss
Maravilha ter acesso a esse site tão rico de informações, ótima leitura, e de extremo bom gosto!!