
Exigente, sim. Chata, não.
Nos últimos tempos, ouvi dizer (com nome e sobrenome) que fulano ou beltrano saiu por aí falando que eu era chata.
Talvez chata porque fazia perguntas. Porque queria entender o processo, o detalhe, o porquê. Porque não me contentava com respostas vazias, com o famoso “sempre foi assim”, com opiniões sem fundamento, com a falta de conhecimento, maturidade, experiência e profissionalismo. Porque tenho opinião sobre o que quero fazer e como fazer. Porque tenho coragem de dizer: não gostei! Porque nunca fui uma Maria vai com as outras.
Mas quer saber? Eu sempre soube. Não era chatice. Era compromisso.
Compromisso comigo mesma, com o outro, com o que me proponho a fazer, com o meu trabalho, com as minhas entregas.
Ser exigente não é sinônimo de ser difícil. Nem de ser chata. É ter clareza do que se espera. É respeitar o próprio tempo. É não aceitar o mais ou menos quando se sabe que é possível fazer melhor.
Dou o meu melhor em tudo que faço. E, sim, espero o mesmo dos outros. Tenho critérios. Tenho limites. Tenho senso de responsabilidade. E se isso incomoda alguém, está fora do meu controle. Carapuças costumam servir onde a verdade incomoda.
A principal diferença entre chata e exigente está na intenção e na forma como a pessoa se posiciona:
✅ Exigente
- É criteriosa, tem padrões definidos e sabe o que quer.
- Cobra coerência, qualidade, respeito e responsabilidade.
- Comunica com clareza e assertividade.
- Não aceita qualquer coisa só para agradar.
❌ Chata
- Reclama de tudo, mesmo sem qualquer motivo real.
- Critica sem apresentar soluções.
- É insistente em coisas irrelevantes, criando desconforto.
- É invasiva, autoritária, negativa.
- Fala gritando.
- Quer saber de tudo que não lhe compete.
- Quer tirar vantagem em tudo.
- Tem opinião para tudo, mesmo quando ninguém pediu.
- Critica o trabalho dos outros e diz que o seu é sempre o melhor.
No fim das contas, eu sigo fazendo o que sempre fiz: o meu melhor. Com verdade, com entrega, com respeito. E quero, sim, ficar bem longe dos verdadeiros chatos: aqueles que são medíocres, apontam o dedo, mas nunca entregam nada além de julgamento.
Ser exigente é também um gesto de respeito.
Foto: Celso Júnior

