Entre Taças e Histórias

Vinhos Rosés, métodos, consumo e diversidade!

Rosé ou rosados é um estilo de vinho único que se diferencia dos tintos pela menor extração de cor e taninos, por meio de um contato mais curto (maceração) das cascas com o mosto.

Os diversos tons podem variar de um rosa pálido, passando por um rubi vívido ou mesmo um púrpura translúcido, dependendo das uvas utilizadas, técnicas de fermentação e critérios regionais. Tendo o seu marco inaugural a região da Provence, na França – terroir que sustenta uma belíssima culinária mediterrânea, ancorada, predominantemente, por vinhos rosés.

É importante ressaltar que existem alguns métodos de produção. Dentre eles, o “Corte”, considerado de menor prestígio, que é o resultado da mistura de uvas brancas e tintas, com pouca precisão sobre o resultado final – o que não se configura uma regra. Excelentes Champagnes rosés levam em seus blends porcentagens de uva chardonnay, que contribuem para os bons níveis de acidez da bebida, por exemplo.

Já na “maceração curta“, outra técnica utilizada, as uvas tintas são manipuladas para uma menor extração de cor e compostos fenólicos, resultando em vinhos mais ou menos profundos nos seus estilos. Daí saem os melhores exemplares.

A delicadeza do rosé mesclada à presença de taninos finos, suaves e muito frescor, traduz um perfil de vinho com altíssima projeção gastronômica e versatilidade. Alinhado a uma temperatura de serviço mais baixa, variando entre 8 e 12 graus, amplia o repertório das harmonizações – desde queijos frescos aos preparados de frutos do mar com cocções e molhos distintos. Arriscaria até um belo guisado também, dependendo do nível de extração e concentração de frutas do rosé selecionado. Um clássico Tavel do Rhône cairia super bem, a propósito!

Aproveitando o gancho, deixo algumas dicas de rosés brasileiros notáveis, harmonizados com boas receitas:

Espumante Dom Dionysius Sur Lie Natur Rosé Pinot Noir, Chardonnay (Serra Gaúcha/Rio Grande do Sul)

Bela coloração rosada, com perlage volumoso, trazendo expressivos aromas de goiaba vermelha, acerola e notas de brioche. Bem sequinho, cremoso, com final tostado e salino.

Harmonização: Queijos Curados

Valparaíso Vitale Rondinella (Barão/Rio Grande do Sul)

Um rosado de Rondinella, assinado pela vinícola Valparaíso, muito delicado e refrescante. Aqui, frutas vermelhas frescas se mesclam com aromas de flores, como jasmins e toques herbáceos. De boa intensidade e acidez bem medida. Um grande rosé brasileiro.

Harmonização: Salada Caprese com pesto de manjericão

Guatambu Luar Rosé Tempranillo/Cabernet Sauvignon (Campanha Gaúcha/Rio Grande do Sul)

Aromas de frutas em calda como cereja, pêssego e geleia de morango. Jovem, fresco, com boa concentração de fruta e acidez equilibrada. Conjunto absolutamente harmonioso e envolvente.

Harmonização: Pad Thai (camarão, tofu, broto de feijão, amendoim e ovo, em um molho agridoce sobre macarrão frito de arroz).

Sommelière (ABS, SBAV e WSET 3). Apresenta análises técnicas e roteiros sensoriais no universo dos vinhos, conectando tradição e experiências contemporâneas.

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