
Sapatilhas: um clássico confortável que nunca sai de cena
Elas não são exatamente novidade, mas têm marcado presença nas passarelas e nas ruas com força total. As sapatilhas – item atemporal do guarda-roupa feminino – seguem firmes como tendência mundial, mostrando que é possível estar elegante e confortável ao mesmo tempo. Com ar romântico, versátil e uma dose de nostalgia, elas têm voltado em versões clássicas, com laço e bico arredondado, mas também ganhado releituras ousadas, com ponteiras metalizadas, tiras ou aplicações.
Apesar de estarem ligadas à estética francesa e à sofisticação descomplicada, as sapatilhas têm origem nos palcos. Surgiram como calçado de dança no século XVIII, adaptadas para proporcionar leveza e liberdade de movimento às bailarinas. No balé clássico, são símbolo de disciplina e delicadeza, sendo as primeiras aliadas de quem inicia os passos na dança – antes mesmo da tradicional ponta.
Uma das marcas mais icônicas quando se fala em sapatilha é a Repetto, criada em 1947, em Paris, por Rose Repetto. A princípio voltada exclusivamente para o balé, produzia calçados sob medida para os bailarinos da Ópera de Paris – incluindo nomes lendários como Rudolf Nureyev. Foi a atriz e dançarina Brigitte Bardot quem impulsionou a transição da sapatilha dos palcos para as ruas, ao pedir à Repetto um modelo que unisse conforto e elegância para usar no dia a dia. Assim nasceu a clássica Cendrillon, sapatilha vermelha que Bardot usou no filme E Deus Criou a Mulher (1956) e que logo se tornou febre.
Com o tempo, a Repetto passou a ser sinônimo de estilo parisiense e se consolidou como uma das marcas mais desejadas – e também mais caras – no universo das sapatilhas. Cada par ainda é feito à mão, utilizando a técnica “cousu retourné”, que confere leveza, maciez e uma estética única.
Hoje, as sapatilhas seguem ocupando um espaço querido no armário de quem quer estar arrumada, mas sem precisar subir no salto. São ideais para dias em que o conforto fala mais alto, mas a ocasião ainda exige um toque de charme. Com jeans, alfaiataria ou vestidos leves, elas funcionam como um curinga que atravessa décadas – e tendências – sem perder a leveza.
Foto: divulgação

